Suspeita de ser uma pirâmide financeira,
a BBom sugeriu ao Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO) que
poderia reformular seu modelo de negócios. A proposta, porém, não vai
ter nenhum impacto imediato sobre a liminar que, no início do mês,
congelou contas da empresa.
Representantes da BBom reuniram-se nesta
sexta-feira (26) com a procuradora da República em Goiás, Mariane de
Mello, responsável pelas investigações.
A empresa solicitou o encontro com o
objetivo de, segundo sua assessoria, “apresentar esclarecimentos” e
dissociar a imagem da BBom da Telexfree – também suspeita de ser uma
pirâmide financeira e que teve suas contas congeladas.
Segundo a assessoria do MPF-GO, os
representantes da BBom mostraram preocupação em “reformular” a empresa e
sugeriram a possibilidade de contratar uma consultoria externa para
esse trabalho. A procuradora se comprometeu a analisar os documentos que
vierem a ser apresentados.
Durante o encontro, porém, não foi
discutido nenhum acordo ou proposta de Termo de Ajustamento de Conduta
(TAC) que pudesse levar à revogação da liminar que bloqueia as
atividades da empresa. Também não ficou agendada nenhuma nova reunião.
A assessoria da BBom não comentou a possibilidade de contratar uma consultoria externa para reformular os negócios.
Suspeita de pirâmide
A BBom surgiu em fevereiro deste ano
como uma empresa de marketing multinível. Desde então, recrutou cerca de
300 mil revendedores – chamados de associados – com promessas de ganhos
expressivos com a revenda de assinaturas dos serviços de monitoramento e
rastreamento da Embrasystem, dona da marca.
Para a procuradora Mariane, a BBom na
verdade se sustenta com as taxas de adesão pagas pelos associados. Por
isso, é uma pirâmide financeira, já que depende da contínua entrada de
integrantes na rede para se manter.
Em 10 de julho, a juíza substituta da 4ª
Vara Federal em Goiás, Luciana Laurenti Gheller, aceitou a denúncia e
determinou por liminar – decisão temporária – o bloqueio de R$ 300
milhões das contas do grupo Embrasystem e de seus proprietários . No dia
16, a juíza expandiu a liminar para impedir que a BBom cadastrasse
novos associados e recolhesse as mensalidades de quem já está na rede .
O recurso da empresa contra a decisão
chegou às mãos do desembargador federal Carlos Moreira Alves em 19 de
julho. Procurado, o gabinete do magistrado informou não haver previsão
para julgamento.
Além da BBom, outras 18 empresas são
investigadas em todo o País por suspeita de serem pirâmides
financeiras . Em junho, a Justiça Estadual do Acre determinou o bloqueio
das contas daTelexfree .
Os representantes da BBom e da Telexfree sempre negaram irregularidades.
IG.com.br
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